Tem dias que acordo com uma vontade de espalhar amor pelo mundo. Quero sorrir, cumprimentar, fazer amizades com desconhecidos e brincar com os animais de estimação que encontro pela cidade. E foi numa manhã de muito amor no meu coração que percebi que as vezes é bom não olhar para os lados. 

Eu comecei cumprimentando os vizinhos, brinquei com os gatos na rua e até conversei com duas crianças. O meu objetivo era ir até a feira. Com tanta felicidade em mim, eu iria conversar com muitas pessoas, durante as minhas compras pela feira. 

Chegando lá, conversei com os vendedores, encontrei uma amiga e continuei com o meu momento de muita felicidade matinal. Algo não muito comum, já que não gosto de acordar cedo e por isso não consigo conversar durante a manhã.

Então olhei para dois amigos. Eles conversavam alegremente e a conversa parecia animada. Continuei olhando, até que um deles olhou na minha direção. Ele fez um gesto e algo em mim quis retribuir e ofereci a minha felicidade para ele. 

O homem fez uma cara estranha e olhou para o amigo dele. Com aquele olhar percebi que eu tinha feito algo errado. Eu deveria ter ficado quieta, sem me mexer e não ficar oferecendo nada para ninguém. 

A minha melhor opção foi sair da feira o mais rápido possível, sem olhar para trás, sem querer saber o que aqueles homens estavam falando ou pensando de mim. 

Ainda estou tentando entender porque fiz aquilo para o homem, que na verdade só estava conversando com o amigo. Essa minha mão precisa aprender a ficar quieta e não acenar para as pessoas estranhas durante o meu passeio pela feira.

(Depois de acenar para um desconhecido na feira, descobri que eu sou muito mais normal quando estou no meu momento antissocial. Mas essa minha mão atrevida me inspirou a escrever o texto de hoje).

Por hoje é só pessoal...

Beijinhos e até mais...